O fim do mundo dos brancos na visão de Davi Kopenawa Yanomami

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O fim do mundo dos brancos

A partir de relatos do xamã e líder yanomami Davi Kopenawa, nasce a publicação A queda do céu, testemunho da cultura de um povo, além de manifesto xamânico e grito de alerta vindo do coração da Amazônia.

Com 800 páginas contendo dois cadernos com 16 fotos cada, o livro A queda do céu, Palavras de um xamã yanomami, será lançado na França, pela coleção Terre Humaine da editora Plon. Foi escrito a partir de relatos de Davi Kopenawa, recolhidos em língua yanomami pelo etnólogo Bruce Albert, seu amigo há mais de 30 anos.

O líder Yanomami relata sua história e suas meditações de xamã frente ao contato predador dos brancos com o qual seu povo teve de se defrontar depois dos anos 1960. Ao final, ele alerta em tom profético que quando a Amazônia sucumbir à devastação desenfreada e o último xamã morrer, o céu cairá sobre todos e será o fim do mundo.

O livro, cujos direitos de publicação no Brasil foram adquiridos pela Companhia das Letras, é composto de três partes: a primeira, Tornar-se outro, retrata a vocação xamânica de Davi desde a infância até sua iniciação na idade adulta, descrevendo a riqueza de um saber cosmológico secular. A segunda parte, denominada A fumaça do metal, relata por meio de sua experiência pessoal, não raro dramática, a história do avanço dos brancos sobre a floresta – missionários, garimpeiros entre outros – e sua bagagem de epidemias, violência e destruição.

Finalmente, a terceira parte, A queda do céu, refere-se à odisseia vivida por Davi ao denunciar a dizimação de seu povo nas viagens que fez à Europa e aos Estados Unidos. Entremeado por visões xamânicas e por meditações etnográficas sobre os brancos, o relato termina em um profético apelo que anuncia a morte dos xamãs e a “queda do céu” sobre aqueles que Davi chama de “o povo da mercadoria”.

“É um dos mais impressionantes testemunhos reflexivos jamais oferecidos por um pensador oriundo de uma tradição cultural indígena”, avalia o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “Fruto da colaboração exemplar entre dois intelectuais, um xamã ameríndio e um antropólogo europeu, o livro é uma prova eloquente do brilhantismo da imaginação conceitual indígena, de sua potência analítica e sua nobreza existencial.

As reflexões de Davi Kopenawa, magistralmente traduzidas e cuidadosamente comentadas por Bruce Albert, constituem uma autêntica antropologia indígena, uma visão do homem e do mundo que não mostra qualquer condescendência para conosco, o “povo da mercadoria” – e suas razões são propriamente irrespondíveis. Kopenawa nos dá um aviso e faz uma profecia. Quem tiver juízo, que ouça.”

Leia entrevista concedida ao Centro Ecumênico de Documentação e Informação (CEDI), em Brasília, no dia 09 de março de 1990 na qual Davi Kopenawa Yanomami respondeu na própria língua às perguntas do antropólogo Bruce Albert

Fonte: O GLOBO


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