A origem da Umbanda

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A Origem da Umbanda

A em 15 de novembro de 2008, a Umbanda completou 100 anos, anunciada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Tal data marca o surgimento estruturado da umbanda para os homens, já que a Senhora da Luz Velada é muito mais antiga nos planos rarefeitos que o próprio planeta Terra.

Inegavelmente a umbanda é uma religião brasileira, e nela encontra-se o amálgama do misticismo do índio, da magia do negro africano e das crenças brancas judaico-cristãs, católicas espíritas.

Zelio Moraes

Zélio de Morais e a Umbanda

A princípio, a família achou que estivesse apresentando algum distúrbio mental, e então o encaminhou aos cuidados do tio, Epaminondas de Moraes, psiquiatra e diretor do Hospício de Vargem Grande. Mas, não tendo sido encontrado em nenhuma literatura médica os sintomas apresentados pelo rapaz, o médico sugeriu que o encaminhassem a um padre para que fosse realizado um ritual de exorcismo, pois desconfiava que o sobrinho estivesse possuído pelo demônio. A família procurou então um padre, que, mesmo tendo realizado o ritual de exorcismo, não conseguiu nenhum resultado.

Novamente, em fins de 1908, os familiares foram surpreendidos por uma ocorrência que tomou aspectos sobrenaturais: o jovem Zélio, agora acometido por estranha paralisia, a qual os médicos não conseguiam debelar, ergueu-se certo dia do leito e declarou: "Amanhã estarei curado". No dia seguinte, começou a andar como se nada tivesse acontecido.

Nenhum médico soube explicar como ocorrera a recuperação. Dona Leonor de Moraes, resolveu levar o filho a uma curandeira chamada Cândida, figura conhecida em Niterói, e que incorporava o espírito de um preto Velho chamado Tio Antônio. A entidade atendeu o rapaz e disse que ele já tinha desenvolvido o fenômeno da mediunidade, e que, portanto, deveria trabalhar na caridade.

O pai de Zélio, Joaqulin Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, era adepto do espiritismo e tinha o hábito de ler livros espíritas. Em 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo, levou Zélio à Federação Espírita de Niterói. Convidados por José de Souza, dirigente da instituição, para participar da sessão, ambos sentaram-se à mesa, e em seguida, contrariando as normas do trabalho, Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor".

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Dirigiu-se ao jardim, apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa. Iniciou-se então uma estranha confusão no local: ele incorporou uma entidade e, simultaneamente, diversos médiuns também apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertida pelo dirigente do trabalho, a entidade incorporada no rapaz perguntou: "Por que repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Será por suas origens sociais, ou em decorrência de sua cor?".

Novamente uma força estranha dominou o jovem Zélio, e ele continuou a falar, sem saber o que dizia; ouvia apenas sua própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitarem a comunicação daqueles espíritos e se os consideravam atrasados apenas por suas encarnações anteriores.

Seguiu-se um diálogo acalorado, e, embora o espírito desconhecido desenvolvesse uma argumentação segura, os responsáveis pela sessão procuravam doutriná-lo e afastá-lo. "Por que o irmão fala nesses termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala desse modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta , cuja veste branca reflete uma aura de luz?

Qual é o seu nome, irmão?" desconhecido respondeu então: "Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã(16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho para darinício a um culto em que esses irmãos poderão transmitir suas mensagens, e, desse modo, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.E se querem saber meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados".

O vidente retrucou com ironia: "Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?". Ao que o espírito respondeu: "Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã darei inicio". No dia seguinte, na casa da família Moraes, à rua Floriano Peixoto, número 30, às 20 horas, estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovar a veracidade do que fora declarado na. véspera.Parentes próximos, amigos e vizinhos também se fizeram presentes, e, do lado de fora,uma multidão de desconhecidos.

Foi então que o Caboclo das Sete Encruzilhadas manifestou-se e declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, com a participação de espíritos de velhos africanos escravos que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, deturpadas e totalmente dirigidas a trabalhos de feitiçaria,além de índios nativos de nosso território que trabalham em benefício de seus irmãos encarnados, independentemente de cor, raça, credo ou condição social.

A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria portanto a característica principal do culto, que teria por base o Evangelho de Jesus, cujas normas o caboclo então estabeleceu. Dentre elas, as de que nas sessões diárias (assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual),das 20 às 22 horas, os participantes estariam uniformizados, todos de branco, e o atendimento seria gratuito, e que o nome do movimento religioso seria umbanda, que significa "manifestação do espírito para a caridade".

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A casa de trabalhos espirituais então fundada recebera o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque, assim como Maria de Nazaré acolhera o filho nos braços, também seriam acolhidos ali todos os que necessitassem de ajuda ou conforto.Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou à prática dos trabalhos, curando enfermos e fazendo andar paralíticos.

A solicitação desse primeiro elemento de trabalho para a nova religião deixou perplexos os presentes. Foi Pai Antônio também a primeira entidade a solicitar uma guia. As mesmas guias são usadas até hoje pelos membros da Tenda, carinhosamente denominadas de "guia de Pai Antônio".No dia seguinte, formou-se verdadeira romaria em frente à casa da família Moraes.cegos e paralíticos foram curados. Todos iam em busca de cura, e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.

A partir de então, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para esclarecer, difundir e sedimentar a umbanda.Foi assim que fundou a corrente astral da umbanda.

Após algum tempo, um espírito se manifestou com o nome de Orixá Malé, responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia. Essa entidade, quando em demanda, mostrava-se sábia, capaz de destruir as energias maléficas dos que a procuravam.

Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, recebendo ordens do Astral, fundou sete tendas para a propagação da umbanda, sendo elas: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia, Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, Tenda Espírita Santa Bárbara, Tenda Espírita São Pedro, Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; Tenda Espírita São Jerônimo.

O termo "espírita",bem como os nomes de santos católicos nas instituições recém-fundadas, foram usados porque naquela época não se podia registrar o nome umbanda, uma vez que esta era proibida, e seus membros perseguidos pela polícia, que a confundia com macumba.

Zélio nunca aceitava ajuda de ninguém; era ordem de seu guia-chefe, apesar de que inúmeras vezes isso lhe fora oferecido. O ritual era simples, nunca tendo sido permitido o sacrifício de animais. Não utilizavam atabaques ou quaisquer outros objetos e adereços. Esses instrumentos começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas.

A Tenda Nossa Senhora da Piedade não os utiliza em seu ritual até hoje. As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.A preparação dos médiuns era feita com banhos de ervas, além do ritual do amaci, isto é, a lavagem da cabeça com ervas, em que os filhos de umbanda se afinam com a vibração de seus guias. Após 55 anos de atividade, o médium entregou a direção dos trabalhos às suas filhas Zélia e Zilméia.

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Mais tarde, junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo, Zélia fundou a Cabana de Pai Antônio, no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacu, no Rio de Janeiro.Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu.

Mais tarde, junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo, Zélio fundou a Cabana de Pai Antônio, no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacu, no Rio de Janeiro. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélia permitiu,

Em 1971, a senhora Lilian Ribeiro, diretora da Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade (TULEF), no Rio de Janeiro, gravou uma mensagem doCaboclo das Sete Encruzilhadas, que espelha a humildade e o alto grau de evolução dessa entidade de luz.

“A umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade,e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a umbanda; médiuns irão se vender e serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre. de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro.

É preciso haver muita moral para que a umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade - esta é a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, rodeiam-me diversos espíritos que trabalham na umbanda do Brasil: caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô. Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos, sede humildes, tende amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossa mediunidade ficará mais pura, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós. É preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de umbanda.

Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à umbanda, tendo retornado ao plano espiritual com a certeza da missão cumprida. falecido aos 84 anos, em 3 de outubro de 1975.

Seu trabalho e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuaram sendo desenvolvidos por suas filhas Zélia e Zilméa,que carregam em seus corações um grande amor pelaumbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los.

Fonte: “A Missão da Umbanda” pelo espírito Ramatís


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