Os espíritas fundamentam sua defesa do carácter cristão da Doutrina Espírita no fato de Allan Kardec, em seus diálogos com os Espíritos, ter concluído que a moral cristã, isenta dos dogmas de fé a ela associados, seria o que de mais próximo a um código de ética divino e racional o homem possuí.
Além disso, a resposta à pergunta 625 de O Livro dos Espíritos afirma ser Jesus o maior exemplo moral de que dispõe a humanidade, apesar de o espiritismo negar a ele qualquer carácter efetivamente divino. A Prof.ª Dora Incontri, pós-doutoranda pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, defende o caráter cristão da Doutrina Espírita, apontando na proposta estruturada por Allan Kardec um novo modelo de religião, alheio a dogmas, fórmulas, hierarquias sacerdotais e baseado eminentemente no aspecto ético-moral do sujeito.
Considera ainda Rousseau e Pestalozzi como os dois grandes precursores da idéia de uma "religiosidade natural" predominantemente moral, e defende que "evidenciou-se com a publicação de O Evangelho segundo o Espiritismo e de O Céu e o Inferno que, embora não o confessasse, ele [Kardec] estava fazendo uma nova leitura do Cristianismo".
Já o Prof. António Flávio Pierucci, do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo, estudioso da religiosidade brasileira, procura demonstrar que o Espiritismo (Doutrina Espírita)não é uma religião cristã, afirmando que os espíritas utilizam o Cristianismo para se legitimar.
Pierucci defende também que o vínculo com a Igreja Católica defendido pelos espíritas serviu, durante décadas, para lutar contra a discriminação e a intolerância.
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